Hipnotizante Clímax de Gaspar Noé
- Marcos Augsto
- 14 de fev. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de fev. de 2019
Novo filme de Gaspar Noé traz a loucura dentro do ser humano, com ou sem drogas.

"Nos anos 90, um grupo de dançarinos urbanos se reúne em um isolado internato, localizado no coração de uma floresta, para um importante ensaio. Ao fazerem uma última festa de comemoração, eles notam a atmosfera mudando e percebem que foram drogados quando uma estranha loucura toma conta deles. Sem saberem o por quê ou por quem, os jovens mergulham em um turbilhão de paranoia e psicose. Enquanto para uns parece o paraíso, para outros é como uma descida ao inferno."
Com sessões lotadas em Cannes para assistir o novo filme do diretor "French Argentines", Gaspar Noé conseguiu além de agradar a critica, receber o premio da Quinzena dos Realizadores 2018. Noé que mais uma vez traz um filme recheado de cenas violentas, um roteiro intrigante, e movimentos de câmeras claustrofóbicos, conseguindo entreter o publico, é assim, ter total atenção durante sua duração de 1h30m. Baseado em uma historia real que aconteceu na França a durante o inverno de 1996, nas palavras do próprio diretor "É uma noite de farra ruim que começa como uma coisa alegre... Uma coisa que deveria ser ótima fica horrível", Noé que filmou em apenas 11 dias disse que esse foi seu trabalho mais rápido de sua carreira. O filme conta com a participação de Romain Guillermic, Souheila Yacoub, Kiddy Smile, embora seus atores na verdade sejam dançarinos isso não deixou com que seu filme não passasse credibilidade, dando total liberdade para improvisar suas falas, até mesmo Sofia Boutella, improvisou alguns de seus diálogos durante a gravação.

Graças sua escolha estética, junto com seu diretor de fotografia. Gaspar Noé consegue criar momentos que você prefere não saber o que tá passando durante uma Bad Trip recheada de musicas eletrônicas e imagens fortes. Clímax consegue se sair bem mostrando um ponto de vista um pouco explorado, que é a paixão pela dança, que de cada um parte por alguma coisa, Musica, filmes, Jogos, cada pessoa consegue imaginar-se fazendo o que gosta levando em consideração todo caminho que terá que percorrer, Clímax sem duvidas traz uma grande referencia de clássicos como Suspiria de 1977,conseguindo fazer parte do New French Extremely, que pode ser caracterizada como uma violência gráfica que tem como foco a mentalidade perturbada dos personagens, linguagem agressiva, críticas sociais/ políticas implícitas.
O filme carrega debates sobre preconceito, aborto, incesto, é o uso exagerado das drogas levando assim, a sua desconstrução psicológica, fazendo você perceber que até mesmo quem não experimenta, sofre com isso. Quando a droga atinge o corpo você nota que tudo se torna um caminho sem volta, nesse momento percebe-se que Clímax é uma fuga do mundo real, que pode acontecer comigo, é com você! O horror psicológico está ligado até mesmo na dança do grupo, que começa rápida com vários movimentos, mas durante o momento que eles estão drogados passa a ficar mais lenta, levando até o momento final quando estão todos apagados, embora Clímax não seja um filme recomendado para todos os públicos, assisti-lo terá uma grande diferença do cenário mundial que transporta filmes apenas dos EUA como se fosse única distribuidora, fazendo você conhecer um pouco mais de filmes estrangeiros é expandindo seu conhecimento de outros países. Outro ponto marcante no filme é a Paletagem que é muito viva em diversos momentos, ate mesmo quando a câmera tá de cabeça para baixo recheando o filme de musica eletrônica, transmitindo como cada um reage colocando seus preconceitos é problemas em primeiro plano construindo o inferno na terra transformando quem é bom, em ruim.

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